Velhice, pra que te quero?
Meu pai já tem incontáveis cabelos brancos, meu avô, sempre sentado a porta e olhando fixo pro chão, me deixa preocupado. Ainda filho que sou, me vejo em meu pai e depois em meu avô. A vida que passa, esmaga o tempo na fronte, nos olhos e gestos não tão bem coordenados. Talvez a problemática física deva ser a menor das dores, ela pode até ser bem atenuada, o maior problema talvez seja a solidão. Meu avô já viu quase todos de sua geração partirem, mulher, irmã, pais, amigos... e ele ainda aqui... Não deve ser nada fácil encarar a velhice de frente, sendo que a vizinha mais próxima é a morte. Tudo isso me deixa sempre perguntas sem resposta. Não sei se chegarei nem mesmo a esse estagio de vida, morre é tão fácil. Será que serei um velho incapaz?! Tenho dito que prefiro logo o sono eterno a me defecar sem perceber, e o pior, não poder limpar-me sozinho, isso é um problema! Possa também que eu tenha uma velhice tranquila e ativa, sem saber bem o que é ser ativo, mas deve ser alguma co