Atravesse o Óbvio

O que é crescer na vida? Seria conquistar títulos, colecionar diplomas, possuir bens materiais, ganhar dinheiro? E isso levaria consequentemente a felicidade?  Num mundo cada vez mais caótico, em que a única referência que temos é puramente material, responder o que é crescer na vida deixa-me muito confuso e sem resposta! Vivemos um paradigma materialista-capitalista que empobrece nossa visão sobre o ser! Acumular coisas não me parece ser receita de felicidade e crescimen to! Ainda desconfio de que crescer está ligado muito mais a descobertas pessoais, a coisas mais íntimas que façam algum sentido, quê deem animo de ir a luta do dia a dia! A felicidade não me parece ser um bem que eu conquisto e protejo, ela me parece algo que flui e que é livre, ela trafega e nunca se concretiza em nada! A felicidade não é algo palpável e nem tem um preço!

A ocupação das cidades ao longo da história foi desastrosa, o que ocasionou muitos problemas em escala local e global! A expectativa de uma vida melhor no trabalho oferecido no comércio, empresas e industrias mostrou-se ilusória e escravocrata! As pessoas trabalham de segunda a segunda para ganhar o minimo para sua sobrevivência e muito para o enriquecimento dos patrões, alimentando assim desigualdades econômicas absurdas! Essa migração para as cidades pratica mente extinguiu a agricultura familiar, o que hoje eu vejo ser muito mais vantajoso ao povo, produzir seu próprio alimento! O fim da agricultura familiar entregou as grandes empresas a exclusividade da produção de alimentos! A solução para alguns problemas sociais seria, ainda que no plano utópico, a revalorização da vida rural! O reapoderamento dos meios de produção de alimentos! Viver para produzir pelo menos o que se come é muito melhor, e mais digno, que ser escravo na cidade! Povo do mundo afora, retornem ao campo!

José, o mundo é louco! cai fora! Larga o osso!

A grande maioria das pessoas viverá uma vida medíocre, não conhecerá boas músicas, não frequentará teatros e cinemas, não provará comidas de sabores singulares, não explorará a grandeza desse mundo! A grande maioria perecerá sobre suas escassas condições de sobrevivência, não fará falta, ninguém notará que viveu! Sem grandes feitos, sem grandes emoções, apenas a dureza do dia-a-dia sem escolhas ou possibilidades.