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Mostrando postagens de novembro, 2019

Lá vai seu José

Lá vai seu José com o carrinho catar latinha ele não sabe se volta, a cidade anda violenta ontem comeu um pouco na janta mas hoje saiu sem café. Tenha fé seu José A vida dá voltas... Ontem o senhor tava preso e também já pediu esmola hoje as coisas melhoraram pois teu filho na escola Dia come outro se joga bola se engana a fome com o sonho de melhora Flui a vida assim.... A culpa é tua, José! te esforça um pouco mais! acorda mais cedo! trabalha! deus vai te ajudar! Acorda José! teu filho foi baleado confundiram o livro dele na mochila com peça de artilharia faz parte José Vocês são pretos preto morre Mas vai melhorar... acredite! Faz outro filho José Ou melhor morre José. Morre que passa... Já morrestes tantas vezes que já não sabe mais como morrer... O dia já vai acabar foi duro mas tu é mais duro que o mais duro de teus dias eu sei tu vai tentar de novo vais tentar de novo não tem pão de novo mas vai... vai lá peitar a vida José ainda

Na beira do mar

Vou comprar uma casa na beira do mar Terei um barco e um bar no bar tocarei as musicais mais lindas do mundo as que cantam o amor e o drama existencial De barco velejarei pela costa sentindo a brisa no rosto lembrando que a vida é um sopro e eu um nada no mar Todo fim de tarde pretendo sentar na areia da praia ficar ali apenas existindo a partir dos sentidos sons, vento, água, sol, areia, praia e mar

Pra onde foi parar quem eu era?

Perdi minha criatividade. Já fui de escrever de compor de criar Esmoreci. Esfriei. Acovardei-me. Não sei onde isso começou. Mas o fato é que eu mudei. Pra onde? Não sei... Por quê? também não sei dizer. Pra onde foi parar quem eu era? Quem eu sou agora afinal? O que virei a ser?