Velhice, pra que te quero?

Meu pai já tem incontáveis cabelos brancos, meu avô, sempre sentado a porta e olhando fixo pro chão, me deixa preocupado. Ainda filho que sou, me vejo em meu pai e depois em meu avô.
A vida que passa, esmaga o tempo na fronte, nos olhos e gestos não tão bem coordenados. Talvez a problemática física deva ser a menor das dores, ela pode até ser bem atenuada, o maior problema talvez seja a solidão. Meu avô já viu quase todos de sua geração partirem, mulher, irmã, pais, amigos... e ele ainda aqui... Não deve ser nada fácil encarar a velhice de frente, sendo que a vizinha mais próxima é a morte.
Tudo isso me deixa sempre perguntas sem resposta. Não sei se chegarei nem mesmo a esse estagio de vida, morre é tão fácil. Será que serei um velho incapaz?! Tenho dito que prefiro logo o sono eterno a me defecar sem perceber, e o pior, não poder limpar-me sozinho, isso é um problema! Possa também que eu tenha uma velhice tranquila e ativa, sem saber bem o que é ser ativo, mas deve ser alguma coisa boa, sabe lá... O fato é que a vida não da respostas claras a ninguém, chegamos aqui sem ser avisados e somos retirados muitas vezes sem perceber. Penso se a velhice é apenas física ou é, ela mesma, mais mental, meu pai outro dia me disse que parece que foi ontem, todas as coisas que ele viveu, disse que a gente envelhece por fora, na mente somos eterno. Entendi o que ele quis dizer, torcendo que ele nunca sofra nenhum problema mental em decorrência da velhice...

#"Velhice, pra que te quero" foi o título do programa da tv cultura, chamado, "café filosófico", que assisti este domingo, 30 de dezembro, que inspirou esta reflexão.

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