Eu? Tu? ou Eles?



Passo, a cada um, uma nova coisa a frente. Gente por todos os lados, muitas histórias talhadas nos rostos. Rostos brutos, envelhecidos, sem a beleza da tv. Aqui, na rua, a beleza é esquisita. As mulheres mal cheirosas, tem manchas na pele, a barriga não é definida, elas não usam boas roupas, elas não se importam com estas coisas do mundo a fora, talvez até se importassem em outra situação, mas aqui, na rua, a prioridade é se alimentar, manter-se vivo, a drogas também fazem parte, não é fácil suporta tal realidade de "cara limpa". Meninos sujos, brancos, negros, pardos... de todos os jeitos. Meninos filhos das ruas, com "bombões" nas mãos e um refrão na boca para ajuda a venda. A mão estendida do menino me corta a consciência, o que fazer? O que ele vai fazer? Alimento ou drogas! É a primeira coisa a pensar. A cara suja, os pés descalços no chão. As vestes rasgadas de quem apanhou a carregar sua cruz, aí, só faltou o sangue, pra mim ver nestes coitados as palavras ditas em vão por aquele outro. Homens, mulheres e crianças pelas ruas revirando lixo, puxando coisas em carroças improvisadas, comendo coisas imundas e estragadas, tirando do improvável a sobrevivência inimaginável por nós, no sofá de nossas casas. Podres, é isso. Nós somos tão podres quanto a comida por eles mastigadas. Nosso apodrecimento diário nos fez melhores que "eles" que "fedem" um pouco mais que nós... Sempre que estou diante de uma mesa farta lembro do pobre, do miserável, do faminto e sempre digo que: "neste mundo, quem ta fudido é o pobre". Comemoremos todos, nossas mesas fartas, pois não são todos que dela podem usufruir... Sei bem que quando um mendigo bate nas portas de nossas casas, pedindo comida, ele enche o saco! Uma vez agente até ajuda, duas ele já que fazer graça. "Desgraçado, vai trabalharrrrr!!!!!" Eita vida bonita, não sei quem é o culpado disso. Eu? Tu? ou "Eles"?

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