Que Ano! (Reflexão de fim de ano para pessoas sensíveis)




Que ano!

Qual outra maneira de se iniciar um texto no dia 31 de dezembro de 2018, que não exclamando "que ano!"? 

Aprendemos muita coisa, sofremos por muita coisa e 2018 pareceu ter sido um ano maior que os demais. Um ano intenso. Um ano de luta. Um ano em que a política resolveu tomar conta de todos os assuntos, desde aquele que se conversa no boteco em tom de piada quanto o outro que se debate em plenárias de universidades. 

A aparição do tal do mito trouxe medo! Sim! Muitos sofreram pelo medo de perderem aquilo que duramente foi conquistado. Desde uma politica social que trazia beneficio até o direito mesmo de se expressar. O mito trouxe a tona o ódio que antes era obrigado a ficar ali reprimido pela força daquilo que se dizia que era "feio", "errado", "inapropriado" e mesmo ilegal se dizer e absurdamente se defender em público! Como dizem: "muita gente saiu do armário..." 

Amizades se foram e outras apareceram. Planos novos. Falta de Planos. Tristeza em partidas, alegria em chegadas e a vida foi e vai se costurando nas teias invisíveis do tempo. Esse ano que se acaba hoje é só uma demarcação humana que na prática sabemos não significar nada, absolutamente nada. Mas que bom que a vida é permeada pelo imaterial e pelo simbólico, talvez essa seja a graça. Talvez os antigos, aqueles bem antes do ´seculo das luzes, talvez eles tivessem alguma coisa a mais que a gente não tem.. Aquela coisa de ver "Deus" em tudo, ou mesmo deuses, isso dava significado. Agora nada tem significado. Tudo esfriou. A violência não assusta mais. A morte não assusta mais. A corrupção também não assusta mais... Para onde a gente ta indo afinal?

Essas idas e vinda da história, traz e leva coisas que a gente pensa não existir mais. Como explicar essa reaparição do fascismo em nossa cara? Esse levante da truculência? É muita loucura. Os direitos humanos viraram coisa de "comunista", direitos sociais viraram coisa de "esquerdista" e por aí vai... tudo na nossa cara... O que fazer? O que faremos? Nós que somos humanos de verdade e que sentimos a dor da fome ainda que estejamos de bucho cheio? O que faremos se nada der certo? O que faremos se não chegarmos lá onde queremos? O que faremos...?

Veja, o próximo ano implicará mudanças em varias esferas e toda grande mudança social ah de nos atingir. Mas estaremos vivos. Vivos. É importante não temer e com isso se afundar sozinho. É preciso coragem e esperar a onda bater. Unidos continuaremos aquecidos e fortes. Não se isolem e tão pouco se calem, na verdade gritem. Peçam ajuda se precisarem, pois é assim, até na machadiana igreja do diabo, onde as virtudes que eram os pecados, lá tinham pecadores... Nada será absoluto, nem a alegria nem a dor da tristeza. Sigamos.

Para celebrar o imaterial e aquilo que não se compra é que vos escrevo para desejar que 2019 seja o ano em que cada um fará sua pequena e silenciosa revolução pessoal. Uma revolução que mais será sentida que falada, mais será realizada que pensada... Ela não precisa começar hoje na virada, na verdade ela já pode estar acontecendo mas ninguém esteja reparando, nem você que já foi muito melhor esse ano, ou esse mês ou nesse dia... É para celebrar a riqueza do amor, da amizade e do companheirismo que escrevo esse texto e agradeço cada um de vocês por estarem por perto de quem amam, hoje, amanhã, depois de amanhã, e sempre...

Feliz ano novo meu povo.

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