Vagando no cinza
Tem algo dentro de mim gritando
Algo sem nome
Algo que é contrário ao que quero
Apesar de não saber o certo o que é
Sei que esta lá
Os dias, meses e anos passam
E eu continuo parado no tempo
Aprendi a fingir que tá tudo bem
Pois cansei de tentar me explicar
As vezes eu esqueço que existo
E só o que quero é sair correndo
Correndo e correndo e correndo...
Sem rumo.
Eu queria poder rir com vocês agora
Queria muito que tudo fosse só brincadeira
Mas é que dói um bocado
A minha vida parece uma fotografia preto e branco
Daquelas de filme francês
Tão linda e delicada mas cinza
A minha beleza é cinza e amarga
Eu escamoteio bem
É verdade
Quem me vê sorrindo não imagina
Mas por dentro eu carrego um veneno
Eu penso, lembro e projeto o tempo todo
É cansativo demais...
Quando um passarinho canta aqui perto
Eu imagino que tudo poderia ser mais simples
Eu até consigo entender como seria se fosse
Eu só não consigo ser e sentir desse jeito
Tudo é muito confuso
Eu salto da alegria a dor rapidinho
Eu acho que sou uma criança pulando corda
Ou melhor,
Eu sou a voz daquela mãe chamando a criança
Eu sou esse momento
O fim de algo legal
A realidade de uma escolha necessária
Como entender tudo isso?
Como esperar que alguém entenda?
Todas as vezes que acho que estou chegando lá
A vida me atira de volta ao chão
E o juiz abre a contagem
Eu levanto grogue
Então todo ciclo se ínicia novamente...
Dias bem
Dias mal
Dias que parecem um sonho
Outros pesadelo
Mas tenho resistido bravamente
Parece loucura
Mas hoje estou melhor
Antes as trevas eram intensas
Hoje vago no cinza
Acho que tô conseguindo encarar as tempestades
Mas elas não deixaram nunca de existir.
Cada palavra é uma descrição de mim, quisera eu que tudo isso um dia passasse e a luz brilhasse dentro de mim.
ResponderExcluirO sol há de brilhar outra vez...
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