Ninguém é especial!


Parece estranho ler isso? Pois me parece que é assim que a maioria se comporta! Como se fosse alguém especial, ou intocável! A negação perante a realidade que deseja criar a ilusão de que se é a única pessoa que não vai adoecer, ou morrer, em meio ao caos epidêmico que estamos, é um sintoma psicológico compreensivo. Negamos veementemente aquilo que é difícil de aceitar.


Talvez seja o medo que faça com que quem perdeu um amigo, ou um parente, ou apenas um conhecido, continue sendo irresponsável consigo mesmo e com seus próximos. Um medo profundo que é impedido de emergir e se transformar em cuidado. Um medo de ceder ao racionalmente necessário e ainda assim não ser o suficiente. Ou seria, talvez, quem sabe, o medo de fazer o necessário e ainda assim adoecer e morrer! E se a morte é certa, talvez se pense, "por que se aquietar se ainda gozo de plena saúde e tesão pela minha vida?" 


Pois nesse momento eu prefiro ter medo, pois o medo pode salvar, se não a mim ao outro, pois se temo pela minha vida, consequentemente, também temo pela vida do outro. Me cuidando, eu cuido do outro. Depositando a minha fé na ciência aguardarei que a vacina nos traga de volta a vida que tanto ansiamos e que muitos não conseguem abrir mão nem em meio desse pesadelo que estamos. 


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