A IRITUIA dos meus sonhos

 Qual é a Irituia dos meus sonhos afinal?


Acho que é importante começar esse texto dizendo que vou evitar ao máximo idealizações e passos maiores que nossas pernas públicas cansadas. Vamos sonhar junto aqui, mas começando do básico. Do pequeno. Vamos juntos?


O que podemos querer para o nosso município e que seja possível a qualquer gestão realizar e que se feito fará com que comecemos a sair da lama?


Outro dia um amigo me parou na rua e me perguntou quais as minhas ideias pra cultura? Outro perguntou qual é a minha proposta para mudar as coisas por aqui e etc. Legal, seria legal se houvesse uma única resposta, como se fosse um passe de mágica. Não tem! Essas respostas só vão aparecer no dia em que um grupo político realmente comprometido e democrático resolver incluir o povo nessa jornada de construção desse projeto, só sabe o problema quem vive o problema, logo, só quem vive pode ajudar a construir a resposta. Isso seria a democracia funcionando. Mas tentemos ser mais objetivos. Por onde começar? Eu diria que o primeiro passo seria “arrumar a casa”, seria organizar as contas públicas, seria chamar o povo e dizer a ele como realmente está a situação econômica de Irituia! Quais são os números? O que realmente podemos fazer a partir da nossa realidade econômica? Acho que um governo que tivesse como bandeira inicial-principal de sua gestão a transparência total com os recursos públicos daria inicio de verdade à saída do buraco político-social no qual nos encontramos.


Não adianta nos iludirmos com promessas faraônicas de campanha ou com um super-projeto que irá revolucionar tudo. Não vai acontecer. A gente precisa de honestidade e transparência com os parcos recursos que nos chegam. Se possuirmos um governo transparente é possível eleger democraticamente prioridades. Por exemplo, devemos priorizar a orla ou o hospital? Sei que são verbas e projetos distintos, mas usemos como exemplo essa situação. Outra, por que as obras estão paradas? Quanto foi que entrou de dinheiro para elas? Por que nunca se cumpre os prazos de entrega das obras? Se a resposta for “falta de recurso”, voltamos pro inicio do raciocínio: dê-se publicidade do orçamento da obra, publique os gastos públicos e etc. “Deixem-nos acreditar em suas palavras...” É simples isso? É! Dá pra fazer? Sim! Mas por que ninguém faz?


A gente não pode querer “inventar a roda” aqui em Irituia. Falando dos questionamentos sobre ideais e projetos, digo o seguinte: Vamos começar primeiro fazendo o que é OBRIGATÓRIO POR LEI! Que tal? Que tal uma gestão que receba cem mil reais para a implantação de um programa, por exemplo, na saúde, que aplique corretamente todo o recurso e preste conta conosco? Já imaginou se todos os programas obrigatórios que existem funcionassem corretamente, tudo às claras, com a aplicação total dos recursos? Amigos, isso sim seria revolucionário. Imaginemos todas as secretárias gerindo e aplicando corretamente os seus recursos orçados e prestando conta de cada centavo? Nosso município seria outro, sabe por quê? Porque tem dinheiro, ainda que pouco, pra isso! Mas tem também dívidas por falta justamente de compromisso e prestação de contas.


Não adianta nada prometer algo que não se pode cumprir, seja por impossibilidade mesmo de se aplicar a ideia dita faraônica ou porque não se ira aplicar integralmente a verba que vem. Vejam, somos tão, mais tão carentes, que o parquinho na praça mudou completamente a realidade desse espaço. Alegrou a praça, trouxe a família para passear. As pessoas agora tem um motivo. Imaginem se em cada bairro fosse feito algo semelhante. É caro? Não! Então por que não se fez? Pessoal, a nossa carência de poder público é abissal. A gente precisa ver a máquina pública toda funcionar de forma harmônica! Há quanto tempo à gente não sente que existe “secretarias” em Irituia? Elas funcionam na prática apenas como cabide de emprego! Elas precisam executar suas funções. A administração precisa ser de fato descentralizada. Já chega desse poder concentrado na mão do(a) prefeito(a)! São as secretarias, munidas de um corpo técnico decente e capaz, que irão realmente fazer esse município andar... Volto a repetir, precisamos de um governo disposto a cumprir o que manda a lei. É simples!


É muito fácil enxerga o que falta, basta ter dois olhos e ver! Falta muita coisa. De saneamento básico ao pagamento em dia dos salários... Mas há muito potencial por aqui. Somos um município agrícola abandonado, mas que pode ressuscitar. Temos um rio lindo mas também abandonado a própria sorte. Temos igarapés espalhados por todos os lados. Temos um povo acolhedor. Temos uma cultura rica. Nossa cidade é até arrumadinha. Baixos números de violência. Vamos lá minha gente. Vamos abrir os olhos e ver! Se temos potencial e não conseguimos sair do lugar algo está muito errado!


Uma casa se constrói primeiro pelos alicerces. Irituia abandonou esses alicerces. Não se faz por aqui nem o necessário que dirá o desejado! Me pego agora pensando no prefeito de Colatina, aquele loiro do Youtube (sem gracinha), o cara mudou a cidade dele em quatro anos de administração pública séria e transparente. Procurem saber dele. Procurem por bons exemplos. É possível sim. É viável sim! Basta se fazer o básico bem feito e assim tentar dar passos maiores.


Então, qual meu sonho afinal? Resumindo tudo: queria ver Irituia com um rio bem cuidado, com seus igarapés preservados, com médicos e remédios nos postos de saúde e no hospital, queria ver as secretarias realmente funcionando: educação, cultura, saúde, meio ambiente, promoção social... Independentes, tendo recursos orçados e disponíveis, queria uma Irituia alavancada por sua agricultura, queria uma Irituia que valorizasse seus servidores públicos, não perseguindo, não atrasando salários e etc. Queria uma gestão que iniciasse e acabasse suas obras, que olhasse para as periferias de verdade, que dessem a elas acesso a cultura, esporte e educação de qualidade... Ora, falando assim pareço até um candidato, mas não, é que pra isso aí, que é tão fácil de pensar, acontecer, é necessário primeiro reler todo o texto, pois não há nada aí de outro mundo.

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